Wednesday, June 25, 2008

A falta que você me faz.

16h: Palestra sobre vontades, refletidas numa lógica.

- A vida, caros senhores, é um estreito caminho.
Podemos percorrê-lo, audaciosamente, correndo, ou, timidamente, aproveitando o medo como ordem das coisas.
Todos temos uma vontade enlouquecedora do viver, como verbo mesmo, não ter um fim.
Pois, ao pensarmos na existência do fim tentaremos inibir a dor, então, nos afastaremos de quem amamos.
E este pensamento é lógico, como qualquer cálculo matemático, exato.
Ao se apaixonar uma pessoa entrega a outra o seu próprio destino.
A relação de um homem e de uma mulher, quando apaixonados, é semelhante a do cristão com o seu Deus.
No dia em que o amor da sua vida morrer, então, você pensará no mesmo que um ex-cristão e atual ateu pensa.
Se Deus está morto, não existe razão para dar prolongamento a vida.

18h: Hora do encontro com o filho e a mulher.

Dirigindo um carro importado, a prova de balas, com todo conforto possível, o escritor Heindrich Nepton lembrava de como era sua vida anos atrás.
Não tinha esperança, não tinha dinheiro, era um frustrado.
Estas três foram fundamentais para o surgimento de seu primeiro livro, um best-seller.
"O dia em que Deus me matou".
Ele não esperava um sucesso, pois o livro não tinha nada de extradiornário, era simples.
Uma narrativa sobre a sua própria vida, a relação com Deus e todas suas angústias.
Então, 5 anos depois, se tornou rico, cheio de esperança, sonhos e realizado.
Sua primeira namorada, na primeira transa, engravidou.
No ímpeto a pediu em casamento.
Estava chegando aos 30 anos, era hora mesmo de casar, assim pensava.
E a vida de casado, para ele, é uma felicidade.
Pois, agora ele não precisa se masturbar, não precisa lamber a tela de um computador.
Para ele isto era o fundamental no casamento.

- Papai! - Gritava o jovem Joshua, ainda na sacada da janela.
- Desce aqui, filho.
Papai tem uma surpresa...

O menino, como sempre, adorava os presentes do pai.
Robôs, bonecos, tudo de última geração.
Mas, agora era diferente.
Heindrich queria mostrar ao filho como era viver com pouco.

- Papai, cadê meu presente, cadê?
- Vou dar uma dica...
Está dentro do carro.

O menino ficou ansioso, procurou por 20 minutos e não achava nada.
Aos prantos, por pensar que o pai tinha esquecido do aniversário, ele descobre um pequeno pedaço de papel, grudado no volante.
Era uma inscrição numa escolinha de futebol.

(To be continued)
Estou com fome, então, vou beber.

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