Thursday, October 30, 2008

Friday, October 17, 2008

Eu estou te ofendendo?

As pessoas, de um modo geral, tendem a sugar ao máximo qualquer relação interpessoal.
Usurpam o que escutam, usando como palavras suas.
Literalmente, jogam, com a amizade.
Um jogo que não acaba, nunca, no zero.
Um sempre perde.
Este que perde, quase sempre, ficará ressabiado.
Dará começo num ciclo infinito.
Utilizando táticas de guerra, poderá ir pro confronto.
O que ganha continuará ofensivo, mas sem reforçar suas defesas.
Algo parecido com o que Napoleão fez.
A auto-confiança destrói.

Você já pensou nas vezes que seu amigo, seus pais, humilharam e você deixou?
Você já percebeu que ser passivo é pior?

As reações são bem diferentes.
O depressivo aceita calado.
O auto-confiante rebate na hora.
O idiota faz graça da sua própria desgraça.

Não faço disto uma crítica aos que convivem comigo, especificamente.
Mas, cansei de ser passivo.
Este cansaço é decorrente deste sistema: cão e gato.
Todo homem quer se sobressair sobre o outro, como na caça.

No interior utilizam o som e as rodas dos carros, o poder de "pegar" mulheres.
Na capital o negócio é diferente.Nem sempre, claro.
Vê-se muitos falando e falando sobre quantas pegou.
Bem, isso remete a insegurança sobre a sexualidade. Falo de usar a mulher como um alimento.
Come, come e depois caga.
A maioria dos homens da capital utiliza-se dos erros dos outros.
Ainda mais numa conversa informal, numa roda de amigos.

Bem, independente se o homem for da capital, do interior, seja instruído ou não, o que os liga é um complexo:
O tamanho do pênis.
Substituem isso para não parecerem homossexuais.
Então, é fácil achar um homem complexado.
Geralmente é aquele que tem o carro mais tunado, o cara que não quer nada sério, utiliza-se dos erros para atingir o outro.
Para mim, sem delongas:
Todo machão é viado e todo ofensor tem o pau pequeno.

Wednesday, October 08, 2008

Se eu pudesse roubar um sonho

2h da manhã e ainda estava acordado.
Senti o peso de uma tonelada nas minhas costas.
Carregava tudo que via e, na verdade, de nada precisava.
Minha imaginação está parecendo um furacão de idéias desconexas.
Ah! Que saudade do tempo que não precisava ficar trancado num quarto.

Se eu pudesse sair:
Iria ao parque da Jaqueira, ficaria lá, sentado em minha árvore, e escreveria o dia inteiro.

Se eu pudesse viajar:
Seria pra Cuba. Riria das imagens de Fidel e reverenciaria as de Guevara.

Se eu pudesse amar:
Seria interessante. Amaria até o último dia de minha vida.

Se eu pudesse ficar bêbado:
Compraria a fábrica da Bohemia.

Se eu pudesse fumar a vida inteira:
Compraria a fábrica da Marlboro.

Se eu pudesse ser alguém, eu seria, sem culpa.
Se eu pudesse roubar um sonho, eu roubaria, sem dúvida.

A dor de ser um só nunca acaba, prolonga-se em cada noite.
A dor de ser uma máquina defeituosa nunca acaba, não tem conserto.
A dor de ser um sonhador...

As lágrimas nunca acabam.
As doenças nunca acabam.
As fraquezas nunca acabam.
... a vida inteira.

Certezas, faltam.
Dúvidas, sobram.

Será que Deus pode me salvar de uma possível morte prematura?
Crer no espírito santo, na virgem Maria e em Jesus vai tirar de cima de mim essa nuvem obscura?

Dúvidas, certezas.
Vida, morte.

A noite não acaba...
Repito, sem parar:
Se eu pudesse roubar um sonho, se eu pudesse roubar um sonho, se eu pudesse roubar um sonho...

A dor acaba.
A garrafa acaba.
Os comprimidos acabam.
E volto a dormir sem saber no que sonhar.

Friday, October 03, 2008

A prostituição do amor( Partes 1, 2, 3 e 4)

1

João é um cara pacato. Um rapaz de família, casado e com filhos.
Descobriu depois de 20 anos de casamento que a monogamia não era seu forte.
Em todos estes anos reprimia a tentação no banheiro, sozinho.
Mas, agora está com seus 45 anos.
Infeliz, vivendo a crise dos cabelos brancos e quebradiços, resolve procurar ajuda.

- Quanto custa o amor? - Pergunta pra atendente.
- R$40,00 com boquete. - Responde prontamente.
- Eu posso escolher?
- Claro, senhor. É só entrar e pegar pelo braço.

Ao entrar na casa das pocilgas se depara com uma linda mulher de corpo fenomenal.
Um sonho acima de tudo, material.
Se pudesse a compraria e levaria para sua casa.
Pagaria para ter a exclusividade de tocar aquela pele macia.

- Senhorita, poderia saber seu nome? - Perguntou.
- Aqui nome é sigiloso. Vamos pro quarto e você pode me chamar do que quiser.

A situação era demais para o coração velho de João.
A taquicardia já se manifestava devido a imensa emoção.
Um amor sem culpa, só prazer.

Ai. Ai. Vai, gostoso. Mete tudo...

João sedento não parava.
Todos os frequentadores estavam abismados pela gemidos vindos do quarto nas 3h que se passaram.

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2

- Onde estava ontem à noite? - Pergunta, Maria.
- Estava com os caras do trabalho tomando uma cerveja.
- Onde? Qual era o tema da conversa?
- No bar perto do escritório, você sabe qual é.
- Sim, mas qual era o tema desta conversa duradoura?
- Falamos sobre futebol, carros e trabalho.
- João, você nunca saiu sem me avisar.
- Amor, a bateria do celular descarregou.
- E por que está tão feliz?
- Eu não posso ser feliz?
- Não, não é bem isso que perguntei.
- Eu estou feliz pois lembrei de meus tempos de adolescente.
- Como assim?
- Amor, eu precisava disso. Encontrar meus amigos e tomar umas cervejas, pronto?
- Tá certo...
Estou atrasada, faça sua própria comida.
- Maria, Maria.

A porta bate, fortemente.
Mas, o sorriso de João continua intacto.

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3

Duas semanas se passaram.
João estava louco para ver sua galeguinha novamente.

- Maria, vou ter que trabalhar até tarde.
Tenho que entregar um projeto amanhã.
- Então, por que não vem trabalhar em casa?
- Porque perderei a concentração, meu docinho de melão.
- João, João.
- Me espere acordada... Quando eu chegar vamos fazer a festa.
- Que festa, rapaz? João, cê tá estranho...
- Tou nada, mulher. Eu não posso nem mais fazer amor contigo?
- Na última vez nem levantou...
- Epa! Eu disse que eu tava cansado...
- Sei, sei.

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4

- Olá, senhor.
- Pronto, sem conversa fiada... Aqui estão os R$40,00.
- Pode entrar. - Aos risos dizia a atendente.

A galega estava no colo de outro homem.
Esfregando-se, abrindo-se para outro.

- Galega, vamos pro quarto?
- Eu já estou acompanhada.
- Mas, eu paguei pra comer você.
- O que você acha que eu sou?
- Uma puta. E eu paguei pra comer você.

O homem que estava com a galega levanta-se.
Irritado, um daqueles operários fortões e fedorentos.

- Coroa, dá o fora daqui antes que eu quebre tua cara.
- Calma, amigo. Eu só quero o prato que me venderam.
- Bicho, eu tou ficando irritado.
- Tá certo, estou indo embora.

Saindo pela porta a atendente se assusta.

- Senhor, o que aconteceu?
- Tem um rapaz com minha puta.
- Aqui nenhuma é de ninguém. Quem chegar primeiro come. - Aos risos, dizia.
- Então, eu posso comer você?
- Não, eu só recebo o dinheiro, mas podemos marcar algo por fora.
- Como assim?
- Um motel... Eu cobro, pro senhor, R$35,00.
- Tá certo. Me dá o teu celular.
- Não. É melhor o senhor me dar o seu.
- Porra, mas se minha mulher atender?
- Então, marque uma hora pra eu ligar que sua mulher não esteja por perto.
- Ok... Então, 9h da manhã.
- Marcado.
- Sim, mas e meu dinheiro. Eu paguei e não comi ninguém.
- Então, entre lá e pegue alguma das meninas. Nós não restituímos.
- Beleza, gostosa.

João entra, novamente, e pega pelo braço a moreninha baixinha.

- Bora brincar de fazer menino.
- Aí, esse é garanhão.

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