Thursday, August 21, 2008

O impacto da cruz.

Ao fornecer uma imagem de Deus, como único criador, sendo morto para salvar todas as outras pessoas, acaba por atrair, de forma perigosa, os fiéis.
Esta imagem deixa todos atordoados, o espírito cala suas vontades e aí que entra o novo juízo de valores.
Valores estes que forçam uma nação, uma população, a aceitar tudo.
Assim é preconizada a vingança da Igreja.
Não uma vingança qualquer...
Esta representa a perda do poder dos que estão no topo da pirâmide social sobre a plebe.
Por conseguinte, esta mudança de poder, torna a Igreja forte e o Estado e os ricos, fracos.
Não uma fraqueza como a comentada no post anterior, mas sim a volta do transmutador de valores.
O papel às avessas.
Explicando melhor esta última parte:
Considerando a visão de Nietzsche - O fraco, não só o que não era forte, mas também aquele que mesmo forte (Como os fidalgos) estavam aquém daquilo que podiam.
O fraco pode atingir o seu platô e ser tão forte quanto o forte.
Este foi o impacto mais forte nos 2008 anos que se sucederam.
Este deixou cicatrizes irrecuperáveis.
Mas, esquecem, os máximos, que esta cruz foi levantada por todos nós.
É só imaginar seu pensamento com o fato hipotético que citarei:
Um homem, nas calcadas de uma avenida movimentada, prega a união, a paz e diz que é o escolhido.

Primeiro o chamarão de louco, depois se afastarão e quando a policia chegar para pregar uma cruz ninguém fará nada.
E o conto de fadas continuará encantando pessoas ignorantes.

Wednesday, August 20, 2008

Adversidades.

O homem tem uma necessidade existencial, esta é tornar-se forte nas adversidades que a vida o proporciona.
Há aqueles que vivem suas vidas de acordo com suas posses ou as que espera obter, mas em contrapartida alguns não reclamam das dificuldades, nem sonham o impossível, mas sim batalham procurando em si as respostas de suas próprias dificuldades, principalmente relativas ao crescimento profissional.

De certo a vocação permite que o homem descubra seus dotes, independente da profissão que ele siga. Aquele que gosta do que faz será um grande profissional em sua área de atuação, mesmo quando o mercado de trabalho estiver em crise, como vemos vários neste milênio.
Uma variante importante, mas não frisada com a intensidade necessária é o talento para exercer determinado trabalho, o que vem a contrapor com a idéia de que a vocação é o essencial para o crescimento.

O homem quando se torna rico, pelo seu trabalho, busca o sucesso, não espera que os fatores determinantes apareçam do nada, do óbvio.
Costuma encarar o fracasso como um obstáculo que ele terá que vencer para atingir sua meta.

O fraco encara todas as barreiras como sendo intransponíveis e, por conseguinte não consegue ultrapassá-las, pensando, pois, que será uma perda de tempo, então resume a própria existência ao que ele pode obter com o mínimo.

Há uma diferença marcante naqueles que buscam o sucesso profissional e pessoal, algo que é fácil distinguir. Esta seria a vontade de poder, uma busca incessante pelo topo, rompendo todas as barreiras irrompíveis e tornando-se o reflexo daquilo que ele acredita ser o supra-sumo.
Existe uma tendência a encarar dificuldades com autopiedade e esta é que torna o homem um ser fraco.

Saturday, August 16, 2008

Por trás da solidão.

- Idiota!

Sozinho, em casa, escutava vozes graves e agudas.
A cada 37 segundos exatos, uma voz anunciava a solidão.

- Estúpido! - Dizia a voz grave.
- Não mereces o nosso perdão. - Dizia o coro que acompanhava o barítono.

- Quem é você?
Quem são vocês?

- A voz por trás do espelho.
A voz que remete ao teu próprio medo.
Sinta o vazio penetrar e afanar tuas emoções.
Sinta, sinta, sinta.
O ato, a consequência, o resultado
de tuas ambições.

Uma rosa, duas balas, um enterro e um espelho quebrado.

Wednesday, August 13, 2008

Check-up geral - Quarta-feira de corno.

A quarta-feira começou para mim na terça.
Senti, novamente, dores fortes no peito e um momento de amnésia.
Pálido e chorando acordei minha mãe na madrugada.
Ela me levou pro pronto-socorro e o médico me passou um calmante.
Pensei:
- Calmante?
Eu não estou nervoso, seu puto!

Tomei, a contragosto, e fui dormir.

Quarta:

A corrediça da cortina está quebrada.
Parou em determinado espaço e teima em não mover-se.
É quarta-feira, como sempre, dia que antecede o meu fim de semana.

Às 07h30m fui para o dentista...
Descobri que pela primeira vez estou com uma cárie.
Possivelmente ocasionada pelo excesso de doce nos últimos meses.
Fiquei indignado, claro.

Às 10h00m cheguei à UFPE...
Tive uma aula desinteressante. Falando sobre micoses, em geral.

Às 12h00m tive que partir, pois tinha consulta com um cardiologista...
O filho da puta não aceitava plano de saúde, era particular.
Paguei R$245,00 para ele dizer o óbvio:
"Você tem arritmia, vamos marcar um dia para utilizar o Holter".
Eu disse:
Bem, meu pai também é cardiologista, ele já diagnosticou esta arritmia.
Se quiseres a gravação posso pedir a ele...

Às 14h00m voltei pra faculdade...
Assisti a uma aula muito interessante sobre imunologia.
Mas, não pude ficar muito, tinha outra consulta marcada às 15h30m.

Pisando no acelerador cheguei ao Hope às 15h04m...
O pneumologista disse:
"Você tem síndrome da angústia respiratória".

Uma voz na minha cabeça disse:
"Pare de fumar".

Saí do consultório beirando às 17h00.
Fumei um cigarro antes de entrar no carro, pois não podia fugir da realidade.

Pisando no acelerador, novamente, fui para o Unineuro, para fazer um encefalograma...
30 minutos de exames, entre tomografia e perguntas imbecis, o neurologista diz:
- O que espera deste exame?

Respondo:
- Uma resposta para minhas dores de cabeça crônicas.

- O resultado só saí na sexta-feira. - Respondeu o arrogante médico.

Às 18h50m saio do Unineuro...
Fumo outro cigarro, paro no Sport Burger pra bater um rango e ir pra faculdade...
Não, não é a UFPE, faço duas faculdades. De noite é na Nassau (Radiologia).
Assisto aula até as 21h15m.
Tive que ensinar para a professora conjugação de verbo.
Fiquei puto, claro, por ser ensinado por uma qualquer.
Uma professora de português que sequer sabe conjugar o verbo fazer.
"Nós fazeremos um teste na semana que vem".
Puta que o pariu esta anta!
Nós faremos, caralho!

Às 22h00m vou ao posto da Rosa e Silva...
O carro já na reserva e a merda do posto estava sem gasolina.
Aproveito para tomar uma cerveja...
Fico com medo - da lei-seca - e tomo cinco para aliviar, ao som de Nirvana, claro.

Às 22 e tantas chego em casa...
Olho pra televisão e a ligo.
Vasco vs Palmeiras.
Não assistirei estes dois times medíocres, então vou escrever um roteiro deste dia idiota.
Escrevi, aqui está.

Monday, August 11, 2008

O escaravelho.

Hoje estava fazendo uma arrumação nas minhas pastas antigas e vi isso aí.
Bem antigo, já estava(O papel) amarelado.
Como tinha muitos erros de português, muitos mesmo,
acho que deve ter sido do período:
99 - 2002.
Tem umas partes legais.
Vou pensar em reconstruir depois.



Fases.
Penso que são apenas fases.
Suplico, mas sem retorno.

Estou ilhado, rodeado de mares convergindo aos meus pés descalços.
Sinto minha cabeça presa ao torno.

Amar.
Um sentimento que deve ser lindo, mas agora ganha outro significado: Adorar.
E o que é adorar?
Apenas um gostar exarcebado.
Uma palavra católica, sentido de idolatrar.

E agora, o que é amar?
Algo que nasce e é semeado, dia-após-dia.
Algo que veres crescer constante,
Até o tempo que a parede é rompida e você cai em si:
Fui enganado.

Traição é imperdoável, assim como a compra de produtos ainda com sobrenadante.
Porque?
Respeitei-te.
Amei-te.
Porque precisavas me trair?

O amor que te dei foi esquecido?
O calor do meu corpo não passou a segurança que querias de noite?
Não há resposta.
Foste a minha droga alucinógena que não faz mais efeito.

Sentimentos.
Inconstantes sensações.
São como o escaravelho, que perfura meu corpo, conduz-se rapidamente pelos tecidos e atinge a fluência do sangue.
Acaba por matar-me.
Transformar-me em lembranças.
Tristeza de uns.
Felicidade de outros.
O suicídio existiu.
Não pude lutar sem bandeiras.

Tic tac...

Encontro-me no posto da Rosa e Silva.
Um lugar onde as garrafas de cerveja sempre estão cheias,
mas em contrapartida, as pessoas sempre vazias.

Noite de segunda-feira, quase 22:00h.
O relógio biológico marcava, precisamente, os segundos que sucedidos.

Tic tac, tic tac, tic tac.
Sabia(...) uma breve explosão estava por vir.

... Um carro pára e saem duas lindas mulheres.
Algo em mim, ainda cheio de vida, protesta contra o relógio:
"Este não é o fim, não antes de transar mulheres como aquelas".

Elas passam, novamente, e o relógio pára, momentaneamente.
A intensidade da luz, vinda de um poste sujo, oscila - como pulsações.
Sorrio, brevemente. Elas, compulsoriamente.

- Ei, olha o passarinho! - Gritou uma das moças.

Olho, então, para baixo.
Reconheço aquele órgão, era o meu afinal.
Desnorteado, peço perdão pela indiscrição.
Dou o último gole da cerveja.
A garrafa, agora, estava vazia e o relógio voltava a funcionar.

A morte de ?Odabi Oudsue

Transtornado, ressentido por excelência.
Acordei com uma vontade oprimida por valores ocidentais.
Minh´alma não pertence a este mundo
.O meu único êxito será a vingança contra a moral de meus genitores.

Pai, esqueça essa esfera que colocas na face, não te sintas superior,
não tenhas o sentimento de indiferença, não penses no teu filho como um sucessor,
mas sim como criador, impulsionado pelo ódio, de novos valores ideais.

Lembra-te dos passeios matinais que fizemos, num campo aberto, sentindo o amor brotar das árvores.

Tenhas, como lembranças, os sorrisos de um menino,
mas esqueças o homem que ele tornou-se.
Este ser repugnante, frio, amargo.
Nesta amargura cresci e desapareci.

Mãe, esta última vertigem de angústia é a passagem deste espírito sem corpo.
Preparei em mim e para mim um fim indolor.
Para poupar a tormenta de acordar e ver-me atirado ao chão, sairei de casa.
O teu filho criou coragem.
Terminarei alguma coisa na vida.
Encerrarei o capítulo da adolescência, da vida adulta.
Liberdade!É isto que desejo.

Não quero acordar sentindo amarras em meus punhos, prendendo-me a uma existência medíocre.
Por isto estes passos não terão volta.

Do pó cresci e ao pó voltarei.
Em conjuntura com uma floresta morta, meu corpo em chamas, descansará em paz.
Entrego meus restos ao sibilar dos ventos.
E, finalmente, regozijo a dor como forma de protesto.
Não deixarei que meus restos sejam julgados e condenados ao exílio cristão. NÃO!
Não chorarão em um enterro fictício, não confabularão missas.
Com este último vingo toda a existência.
A melancolia passou e para vocês só tenho uma coisa a dizer:
Deus acabou de morrer.

Saturday, August 09, 2008

O resultado da vida sem regras

Hoje é um novo dia ou tarde.
Acabo de acordar.
Estou com uma ressaca moral infinita.
Brado da janela de minha casa:
- Este será o primeiro dia de minha vida!

Vou pro banheiro.
Tomo banho, escovo os dentes, despejo na privada aquilo que meu organismo não digeriu.
Estufo o peito, falo com o pássaro cantante e brado novamente:
- Este será o primeiro dia de minha vida!

Visto-me, utilizo de desodorante e perfume para tornar-me único ou não, assim como qualquer pessoa.

- Hoje é o primeiro dia de minha vida!

Entro no carro, tomo um paracetamol, ligo o carro e o ar-condicionado...
E, então, ligo o som.

"... junventude perdida é o caralho. Eu tenho muito mais a dizer..."

Uma nova regra é admitida.
Uma regra que remete aos tempos da ditadura.
Todo jovem deve ser revolucionário.

Marcha ré, faróis ligados, som no máximo,
encontro a luz de meu beco sem saída.

- Sou revolucionário!
Vou pra Brasília e tirarei uma foto, com um cartaz, como protesto.

Tiro a foto sorrindo, não chorando.
Volto pra casa, para meus filhos, mas, principalmente, para minhas especiarias da China, de Taiwan, de Hong Kong, do Vietnã...
E feliz sou por viver regras...
Por saber que alguém comprará minhas idéias,
por saber que continuarei com minha vida como regra e resultado.