Friday, October 03, 2008

A prostituição do amor( Partes 1, 2, 3 e 4)

1

João é um cara pacato. Um rapaz de família, casado e com filhos.
Descobriu depois de 20 anos de casamento que a monogamia não era seu forte.
Em todos estes anos reprimia a tentação no banheiro, sozinho.
Mas, agora está com seus 45 anos.
Infeliz, vivendo a crise dos cabelos brancos e quebradiços, resolve procurar ajuda.

- Quanto custa o amor? - Pergunta pra atendente.
- R$40,00 com boquete. - Responde prontamente.
- Eu posso escolher?
- Claro, senhor. É só entrar e pegar pelo braço.

Ao entrar na casa das pocilgas se depara com uma linda mulher de corpo fenomenal.
Um sonho acima de tudo, material.
Se pudesse a compraria e levaria para sua casa.
Pagaria para ter a exclusividade de tocar aquela pele macia.

- Senhorita, poderia saber seu nome? - Perguntou.
- Aqui nome é sigiloso. Vamos pro quarto e você pode me chamar do que quiser.

A situação era demais para o coração velho de João.
A taquicardia já se manifestava devido a imensa emoção.
Um amor sem culpa, só prazer.

Ai. Ai. Vai, gostoso. Mete tudo...

João sedento não parava.
Todos os frequentadores estavam abismados pela gemidos vindos do quarto nas 3h que se passaram.

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2

- Onde estava ontem à noite? - Pergunta, Maria.
- Estava com os caras do trabalho tomando uma cerveja.
- Onde? Qual era o tema da conversa?
- No bar perto do escritório, você sabe qual é.
- Sim, mas qual era o tema desta conversa duradoura?
- Falamos sobre futebol, carros e trabalho.
- João, você nunca saiu sem me avisar.
- Amor, a bateria do celular descarregou.
- E por que está tão feliz?
- Eu não posso ser feliz?
- Não, não é bem isso que perguntei.
- Eu estou feliz pois lembrei de meus tempos de adolescente.
- Como assim?
- Amor, eu precisava disso. Encontrar meus amigos e tomar umas cervejas, pronto?
- Tá certo...
Estou atrasada, faça sua própria comida.
- Maria, Maria.

A porta bate, fortemente.
Mas, o sorriso de João continua intacto.

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3

Duas semanas se passaram.
João estava louco para ver sua galeguinha novamente.

- Maria, vou ter que trabalhar até tarde.
Tenho que entregar um projeto amanhã.
- Então, por que não vem trabalhar em casa?
- Porque perderei a concentração, meu docinho de melão.
- João, João.
- Me espere acordada... Quando eu chegar vamos fazer a festa.
- Que festa, rapaz? João, cê tá estranho...
- Tou nada, mulher. Eu não posso nem mais fazer amor contigo?
- Na última vez nem levantou...
- Epa! Eu disse que eu tava cansado...
- Sei, sei.

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4

- Olá, senhor.
- Pronto, sem conversa fiada... Aqui estão os R$40,00.
- Pode entrar. - Aos risos dizia a atendente.

A galega estava no colo de outro homem.
Esfregando-se, abrindo-se para outro.

- Galega, vamos pro quarto?
- Eu já estou acompanhada.
- Mas, eu paguei pra comer você.
- O que você acha que eu sou?
- Uma puta. E eu paguei pra comer você.

O homem que estava com a galega levanta-se.
Irritado, um daqueles operários fortões e fedorentos.

- Coroa, dá o fora daqui antes que eu quebre tua cara.
- Calma, amigo. Eu só quero o prato que me venderam.
- Bicho, eu tou ficando irritado.
- Tá certo, estou indo embora.

Saindo pela porta a atendente se assusta.

- Senhor, o que aconteceu?
- Tem um rapaz com minha puta.
- Aqui nenhuma é de ninguém. Quem chegar primeiro come. - Aos risos, dizia.
- Então, eu posso comer você?
- Não, eu só recebo o dinheiro, mas podemos marcar algo por fora.
- Como assim?
- Um motel... Eu cobro, pro senhor, R$35,00.
- Tá certo. Me dá o teu celular.
- Não. É melhor o senhor me dar o seu.
- Porra, mas se minha mulher atender?
- Então, marque uma hora pra eu ligar que sua mulher não esteja por perto.
- Ok... Então, 9h da manhã.
- Marcado.
- Sim, mas e meu dinheiro. Eu paguei e não comi ninguém.
- Então, entre lá e pegue alguma das meninas. Nós não restituímos.
- Beleza, gostosa.

João entra, novamente, e pega pelo braço a moreninha baixinha.

- Bora brincar de fazer menino.
- Aí, esse é garanhão.

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4 comments:

Kalie Cullen said...

Pra mim sexo nunca foi uma coisa simples de ser encarada, ao mesmo tempo não gosto de monogamia, teoricamente.
Ninguém tem que ser de jeito nenhum. Cada um é o que é e se não desrespeita ninguém no processo (incluindo a si mesmo), tudo bem.

Acho absurdo é achar que se deve mentir pra se ter o que quer.
Nenhuma ilusão merece ser alimentada.

sou à favor da verdade e da liberdade acima de tudo.

Mas amor não se vende..não é moeda e sei que você sabe disso.

Pena que essa palavra caiu no popular e consideram apenas mais um nome para 'controle', 'carência', etc.

Amor é algo bem simples..bem democrático.

Enfim..
é o que penso.

beijos!

Anonymous said...

hey boy =)

só para dizer que te vi sexta-feira acho que de umas 20h/21h naquele posto ao lado do ETC
onde tem a select
bebendo com um amigo.

acho que era você

ah, aproveitei e li as 4 partes de "a prostituição do amor".

hasta. =)

Anonymous said...

e a moreninha baixinha, como é que ela é?

Anonymous said...

Poxa, amei esse post... real e triste ao mesmo tempo... Triste, pela banalidade do amor, do casamento, do sexo... cada vez mais... por isso amei o post.. daria uma historinha em quadrinhos massa de ser acompanhada...
Beijosss.