Thursday, February 07, 2008

O sonho na sexta-feira de carnaval.

Carnaval passou...
Interessante como um feriado transforma, quase todas, as pessoas.
Acordei na sexta, dia de iniciar a folia, e pensei em vários modos de encarar esta passagem de tempo.

Poderia ser a mesma pessoa ou me trasnformar.
Como estava em dúvida, sobre qual conduta deveria ter, então, fui beber.
Ah! Como é bom ser livre.
O posto, que sempre frequento, estava vazio.
Sentei na mala do carro, coloquei um som ambiente (Richard Clayderman), olhei para o sol e, entre goles de cerveja, dava uns tragos no meu cigarro.
A vida não poderia ficar melhor.
De repente o silêncio é rompido.
Escutava de longe aquela marchinha do carnaval de Recife.
Putz! Não acredito.
9h da manhã e as pessoas já saem nas ruas?
Prévia do Timbu coroado.
Tive que desligar o som, apaguei meu cigarro e busquei outra cerveja.
O atendente do posto fala:
- Está proibida entrada de pessoas na loja de conveniência, até que o bloco passe por inteiro.
E, ironicamente, respondo:
- Mas, eu não sou uma pessoa. Se fosse já estaria pulando com eles na rua.

O sangue ferveu.
Não podia escutar som, não podia comprar cerveja...
O que então iria fazer até poder sair com o carro?
Bem, tomei uma decisão.
Vou entrar no espírito do carnaval.
E, por um lado, pode até ser proveitoso.
Afinal, as mulheres ficam bêbadas e querendo transar loucamente, do jeito que eu gosto.

Abro o carro, novamente, e pego o perfume.
Faço pose do lado do carro.
Essas mulheres futéis adoram homem com carro.
Uma, em particular, é bem interessante.
Loira, alta, corpo escultural. Enfim, fenomenal.
Dou um puxão em minha cueca, pra ela olhar pra cabeça não-pensante do Farr Sunsa, e ela olha.
Bom sinal...

Não resisto e prontamente me aproximo da deusa.
- Menina linda, por você dançaria frevo, jogaria fora meus cigarros, usaria roupas de mauricinho.
- Menino estranho, eu não curto frevo, eu também fumo, não gosto de mauricinhos.
Então, o que pretendes fazer agora? - Pergunto.
- Não sei, mas o banheiro do posto cabem dois, certo?

Quando já atingia o nirvana, novamente, um som interrompe.
Não sei ao certo o que as palavras significavam, mas parecia uma música sem muito ritmo.
Um grito, então, ecoa em minhas orelhas.
- Henrique, porra, acorda e atende esse telefone.

Putz! Estava a sonhar.
Mas, será que aquela mulher tão linda era irreal?
Na dúvida é melhor acreditar que era meu ideal feminino.
Falava pouco, era gostosa e transava muito bem.

- Alô?
- Que demora pra atender este telefone.
O bloco já vai começar.
Você vai ou não? - Pergunta a voz do outro lado.
- Acho que não.

Tem certas coisas que funcionam bem nos sonhos.
Então, não tente confundí-los com a realidade, pois
podes ficar decepcionado e não ter forças para
levantar no outro dia.

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